sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Faixa-preta de Carlson Gracie prova que Jiu-Jítsu e poesia combinam

carlson

Vinicius Cruz, Murilo Bustamante, Amaury Bitteti, Parrumpinha, Wallid Ismail e Ricardo Libório

Formando em direito, Vinicius Cruz, de 34 anos, pode se considerar um felizardo quando o assunto é Jiu-Jítsu. O faixa-preta, formado pelo Grande Mestre Carlson Gracie, acompanhou de perto o nascer de uma das maiores equipes da história do esporte. Na época de ouro da academia de Carlson, situada em Copacabana, Vinicius dividia o tatame com feras do calibre de Wallid Ismail, Ricardo Libório, Murilo Bustamante, Amaury Bitteti, Zé Mário Sperry, Paulão Filho, Ricardo Arona e muitos outros.

- A lembrança é muito boa. Era praticamente uma família – passávamos mais tempo lá do que em casa. O Carlson era um exímio treinador, ganhávamos 95% das competições que disputávamos, do mais leve ao mais pesado. Nunca mais vai ter uma equipe igual – disse.

Apesar de ainda ministrar aulas particulares de arte suave, o carioca seguiu um caminho um pouco diferente da maioria de seus amigos. Além de trabalhar em um escritório de advocacia, ele dedica parte de seu tempo a escrever poesias.

- Tenho grandes amigos poetas, como o Pedro Lago e o Sérgio Gramático, que me influenciaram a fugir um pouco do tom jornalístico de se escrever. Não exponho muito essa minha veia poética, muitos dos meus amigos do Jiu-Jítsu nem sabem que escrevo – disse Vinicius que se espelha em Alphonsus de Guimaraens, Carlos Drummond de Andrade e Pablo Neruda, todos poetas renomados.

Confira abaixo um poema do casca-grossa sobre Jiu-Jítsu:

Arte Suave

Encontrei-te ainda criança,

engatinhamos juntos

Despertou-me auto-estima, deu-me direção

Em sua companhia conheci o medo e a glória

Mostrou-me o que era equipe, senso de união

Grandes amizades construímos juntos

No dia a dia árduo entre chaves e apertos,

e das contusões que nunca vão embora

Os dias separados são de desespero

O sono some, o corpo ferve e a raiva aflora

A vida de um guerreiro exige disciplina

Contornos de suor, de casta devoção

Ao fim do longo dia em que limite inexiste,

resta um esqueleto exausto e alguma solidão

Deliciosa é a descarga de adrenalina

Quando ecoa no ginásio o chamado à guerra

Momento ímpar, que separa o joio do trigo

Vezes vilão, deprime a alma ao coro da derrota

Porém, na mão contraria do anterior dito

Que encontro indescritível tens com a vitória

Sabor de fruta fresca, de dever cumprido

Caminhar inabalável até o lugar mais alto

Pra colocar no peito a honra e o nome na história

Desabafo de um tempo, sempre na memória…


fonte:Blog Sensei


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